sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

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Não trabalho no privado. Não sou funcionária pública. No entanto, trabalho numa empresa de capitais públicos (acho que é assim que eles dizem) e, por isso, recebo segundo as regras do funcionalismo público. Ou seja, não recebo subsídio de férias (nem tenho esperança de algum dia o vir mais a receber) e não tenho hipótese de recusar receber o de Natal em duodécimos (porque a mim dava-me mais jeito recebê-lo todo de uma vez - o seguro do carro, a revisão, a inspecção do carro calham todos no mês em que receberia o S.N., pois na altura (há 10 anos) foi planeado dessa maneira).

Hoje, para além do ordenado, lá estava o duodécimo do subsidio de Natal. No papel, claro. Porque na conta, não só não recebi o duodécimo, como também recebi "redução" de vencimento (Aumento do escalão de IRS, sobretaxa IRS, IRS do duodécimo, sobretaxa do IRS do duodécimo...).

"Ah, guardem o duodécimo todos os meses e no fim já serve para as despesas a que estava destinado o S.N...." Pois, 'tá bem. E onde é que ele está?

"Ah, se não estivesse lá o duodécimo ainda recebias menos...". Pois, mas chegava a Novembro e tinha o dinheiro para pagar aquelas despesas extra e assim tenho menos agora e não tenho nada em Nobembro para essas despesas...

"Ah, dá-te por contente porque tens emprego!". Tenho, sim senhor, mas de que me serve um emprego em que já começo a ser eu a pagar para vir trabalhar em vez de ao contrário, que é o que está estabelecido na ordem "normal" das coisas?

Os meus rendimentos de 2012 têm equiparação aos de 2006. Só que o custo de vida de 2012 (e muito menos o de 2013), não é nem de longe, nem de perto, o de 2006.

Trabalho desde os 16 anos, sempre dei o meu melhor e o que sinto é que não valeu a pena e cada vez vale menos.

Estou irritada, estou. Muito mesmo. E não vale a pena argumentarem, porque hoje sei que todas as argumentações que tiverem para mim, valem zero.

14 comentários:

  1. Pois é, isto é uma maneira de nos calarem para não sentirem que recebemos menos, muito menos. A sensação de frustração é terrível!

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  2. Eu estou de acordo contigo, o sn em duodécimos não traz vantagem nenhuma, não passa de uma ilusão, para tapar o buraco causado pelo aumento dos escalões do IRS e sobretaxas. Este vai ser uma ano para esquecer.
    E é por causa de pessoas que tb pensam assim, "Tens sorte de ter emprego" que abusam de nós, cada vez mais. Isto é vergonhoso, não há palavras... Estou farta!
    Bom fim-de-semana :)
    Um beijinho

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    1. Acho que o sentimento é geral, pena é que esse sentimento não passe da passividade em que muito se encontram.

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  3. Como te compreendo minha linda... é uma frustração enorme :(
    É por essas e por outras que bazei daí para fora... há quem acho um acto de cobardia pois os que ficam é que lutam... pois eu prefiro lutar por onde me valorizam.

    FOR9A AMIGUITA LINDA XXXX

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    1. Há dias em que tenho tanta vontade de fazer o que vocês fizeram... E concordo contigo, não é cobardia nenhuma.

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  4. Tb pertenço ao clube das fartinhas k lhes atirem k um "ainda tens emprego" !!!! P/ mais sou das tão malvistas e odiadas FP, k qualquer dia, exactamente, terei k pagar p/ trabalhar !!! No entanto continuo a dar a litrada p/ aki e a ser das papalvas k leva processos p/ casa para trabalhar à noite e ao fds.... Vale tanto a peninha !!!!!!

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  5. Não vou argumentar nada....porque a compreendo muito bem.
    Foi ao que este País nos levou .Vontade de trabalhar mas sem estímulos nenhuns.
    Beijinhos

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    1. A vontade é cada vez menor, Arco Iris, cada vez menor.

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  6. É mesmo deprimente e desmotivador. Este país vai de mal a pior e não há réstia de esperança que se aguente. Tantos sacrifícios nos exigem mas se ao menos víssemos algum retorno. Mas não, é cada vez pior.
    Força. Pouco mais te posso desejar do que força para enfrentar mais esta provação.
    Bjinhos

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    1. Obrigada Raiozinho. Obrigada pela tua força que tanto precisas também e que tens a capacidade de partilhar comigo.

      Um beijo grande

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  7. Carla, estou nas mesmas condições que tu. Partilho da tua irritação nos mesmos moldes. No entanto, eu ainda me contento com o tal "ter emprego" porque sei que se não tivesse mudado de emprego em 2011 hoje estaria num dilema: ir para o desemprego ou para Angola trabalhar...

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