Fico sempre cheia de "inveja" quando ouço (ou leio) alguém falar sobre os seus avós, as suas histórias, as suas vivências.
Não tenho avós. Da parte do meu pai, o meu avô morreu ainda o meu pai era novo e a minha avó tinha eu 6 anos (tendo tido contacto com ela apenas nas férias de Verão e pouco mais).
Da parte da minha mãe, a minha avó entregou a minha mãe (depois de anos desprezo, para não dizer outra coisa) a cargo de uma irmã do meu avô e não tive quaquer contacto com ela (sei que morreu há dois anos, mas pouco mais). O único avô com quem realmente convivi (e também foi apenas até aos 12 anos +ou-), foi o pai da minha mãe. E desse recordo as tardes em que ele me ia buscar à escola, me levava para a oficina dele (era estofador), que ficava no prédio onde morei em Lisboa, e me dava para lanchar leite com chocolade (o Tody!) e pão com manteiga e açúcar amarelo... entretanto, mudamos de casa, o convívio deixou de ser tanto, apesar de alguns fins-de-semana que passava connosco, e de repente dei com a notícia de que ia para o Brasil, para ao pé do filho (e da sua família) e eu vi-me completamente "orfã" de avós. De vez em quando ia sabendo notícias de que a sua saúde se estava a deteriorar (resultado de muitos anos de asneiras) devido à sua má circulação, amputaram-lhe as pernas, e por fim, soubemos que morreu, tranquilamente (felizmente), junto dos seus.
Infelizmente, os meus filhos também estão a passar por isso. Avôs já não têm e avós, uma é demasiado velhinha e confusa para poder acarinhá-los (será mais ao contrário, apesar de ela nem gostar/ligar aos carinhos que eles lhe dão quando a visitam), restando apenas a minha mãe, que tenta então, fazer a vez dos 4.
Espero que quando eles forem mais velhos, possam, pelo menos, falar das boas recordações que guardam dela.
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